"Eu vou descer até o rosto tocar o chão
Até a alma se derramar
Até que me deixes quebrar
Eu vou descer
E quando mais baixo estiver
Rendido prostrado aos Teus pés
Transforma-me"
Trazendo a Arca
- É preciso descermos à casa do oleiro.
- Não é fácil descermos à casa do oleiro.
- Você já desceu à casa do oleiro?
Em Jeremias : 18: 2-4, a Palavra diz: "Dispõe-te e desce à casa do oleiro e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro e eis que ele estava entregue a sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou a mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu".
Ao descermos à casa do oleiro, "descem-nos" também estruturas nossas. Desce a nossa vontade, descem os nossos motivos, desce o nosso sentimento e emerge a vontade do oleiro, "segundo bem lhe parecer". São os acontecimentos que nos acometem e não entendemos...são as feridas que possuo e precisam ser saradas...são as coisas que sou e não devo ser. É o que está desajeitado em mim. O oleiro vê e molda.
Sempre podemos ser mudados pelo Senhor, como vasos nas mãos de um oleiro. E, às vezes, é uma descida difícil, comprida, dolorosa. Às vezes, é hora de o vaso ser quebrado, refeito.
O Senhor coloca na Sua Palavra: "Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? - diz o Senhor; eis que como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel." Jeremias 18: 6.
De repente, em aparência, pode estar se vendo um vaso bonito... mas, se Deus olha e percebe que há algo que deve ser modificado, é hora de trabalho. E, mesmo que em certas situações da vida não percebamos, Ele nos conhece, nos acompanha em tudo, jamais nos abandona e não fica em silêncio à toa. Apenas Ele sabe dizer qual peso pode ser colocado em nós e a quantidade que podemos aguentar. Apenas Ele sabe como devemos ser, para suportarmos tudo que havemos de viver nessa vida. Por isso, Ele nos propõe mudanças. E precisamos aceitá-las: Ele sabe tudo sobre nós. Ele nos conhece em nosso mais íntimo...Ele sabe de nós o que nós mesmos não sabemos. Ele sabe o que está fazendo.
Mas, nem sempre nos animamos em meio a mudanças; e nunca nos animamos em meio a dificuldades. Nos sentimos perdidos, soltos, deixados, sozinhos...mas, se não nos foi levada a fé de que Deus jamais nos abandona, não pudemos esquecer que ESTAMOS NAS MÃOS DO OLEIRO.
Mudanças vêm ou montadas num sopro de alegria ou numa lágrima insistente. Ou numa palavra, ou num emprego, ou num encontro, ou num desacordo. São muitas as possibilidades. A questão é que hora ou outra, você será chamado a descer à casa do oleiro. E isso normalmente é feito por nós, em dificuldade. Uma dificuldade que venceremos apenas pela GRAÇA. Pela presença de Deus...pela confiança nas mãos do oleiro...
Como será saber que você vai ser quebrado e, mesmo assim, deixar-se? É preciso descer. Descer sua vontade, sua logística, sua pretensão...lembra? Precisamos deixar que Deus aja em nossas vidas, aparando-nos, lixando e, por vezes, quebrando-nos.
Precisamos descer à casa do oleiro e sermos aplainados segundo o coração de Deus. Ali, na casa do oleiro, é o lugar da restauração...lugar onde é feita a vontade de Deus e onde podemos ver a força do Senhor.
Confie no oleiro. Muitas vezes, isso se torna difícil, mas é possível.
O amor vence o medo...não tenha medo de ser quebrado. Hora ou outra, você vai estar de frente para esse convite... "deixe-se quebrar, se o oleiro assim quiser"...é preciso saber "que a sua salvação e a sua cura estão nas mãos Dele!".
Lembremos: "Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns para honra; outros, porém, para desonra. (2Tm 2.20.)
Sejamos hoje: Vasos de honra nas mãos do Senhor.
Deus abençoe a todos.
