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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Adoro Quando Chove


A chuva limpa. Limpa as ruas, limpa alguns becos, limpa a cidade. A chuva leva. Leva o lixo pra outro canto, leva a lama, leva o palito de picolé já não-utilizado. A chuva enche. Enche o buraco de água, os becos de pingos, a cidade fica tapada.

Mas, e pra onde vai o lixo? A chuva leva, não sei pra onde.
E pra onde vai o palito? A chuva leva, não sei pra quem.
E pra que os becos cheios? A chuva enche, não sei porque.

Não sei matematicamente dos estragos que a chuva causa. Não sei milimetricamente das coisas que a chuva faz. Mas, nesse meu devaneio de agora, penso que algo é fato: a chuva muda.

A chuva muda o buraco, muda as ladeiras, muda as esquinas, muda o céu, muda o seu humor, muda a sua roupa, muda o seu estado.

A chuva faz eu pensar no outro lado das coisas. Porque quando ela chega, nada fica igual. Tudo muda. Tudo muda. Tudo muda.

Adoro quando chove.

E pra guardar a lembrança da chuva...eu ponho os baldes na bica, para encher.
Os baldes cheios de chuva lavam, limpam, mudam.

O que era antes, com a chuva, não mais vai ser.
Adoro quando chove.
Chove, que eu adoro.

02/03/09

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