Sabe o que eu fiz? Eu deixei.
Deixei a música que não dowlodeava, deixei o verso que não saía, o texto que não rodava...a rua fria, fria.
Eu deixei a marca, a dor, a lo
calização.
É...eu fui deixando tudo, como quem deixa qualquer coisa.
Eu deixei o chocolate me consumir, a praga fugir, o som alcançar a minha quase surdez.
Acho que eram uns 100 hz. E eu nem entendo disso. Eu só sei que 100 é sempre demais. Ou não?
Mas, não importa. Eu deixei essa mania de ser sempre expressível, eloquente.
Eu poderia não me fazer entender e isso só me causava pouca coisa. Quase nada.
Ah, eu deixei, sabe por quê? Porque eles não me deixam. E alguém precisava decidir ter ar.
Deixei ainda o medo, o carro velho, a turbulência, o agito, a zoada...deixei, deixei, deixei.
Até que tive a segura sensação de que aquilo tudo não existia mais.
E respirei como nunca.
Umas dez ou quinze vezes.
Depois, me veio uma outra segura sensação: preciso deixar mais coisas. Saí deixando a prisão, o lamento, o perdido, o imutável...e vinha uma outra segura sensação excelente: respirei mais algumas vezes numa paz incolocável. Quando eu me preparava para uma quarta segura sensação de paz, eis que: e eu não sabia terminar o texto! Meu Deus, mas que falta de palavras! Adivinha o que fiz...
[...]
_Porque aquele dia, a paz iria entrar, nem que fosse a pauladas.
09/11/10
09/11/10
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