Inexplicável o riso oculto do menino, o brilho que há fora de onde ele está, o brilho que há dentro do coração dele. Só ele sabe. Só ele sabe. E inexplicável é.
Inexplicável a conta que ele faz de cabeça, o português que ele sabe, a rosa que ele deu a mãe. Só ele fez. Só ele fez. E inexplicável é.
Inexplicável a bala que ele negou, a mordida que ele deu na irmã, a irmã que ele tem. Só ele vive. Só ele vive. E inexplicável é.
Inexplicável o gol que ele fez, as figurinhas que ele perdeu, o jogo que ele trocou. Só ele passou. Só ele passou. E inexplicável é.
Inexplicáveis as quedas que ele teve, os metiolates que ele enfrentou, os gessos que ele usou. Só ele usou. Só ele usou. E inexplicável é.
Inexplicável a dor que ele sentiu, o professora que ele odiou, o lanche que ele comprou. Só ele comeu. Só ele comeu. E inexplicável é.
Inexplicável o som que ele gosta, o brinquedo que ele tem medo, a pessoa que ele ama. Só ele sente. Só ele sente. E inexplicável é.
Inexplicável é a canção que ele cantou, a vergonha que ele passou, o som que ele curtiu. Só ele ouviu. Só ele ouviu. E inexplicável é.
Existe algo nesse menino, que só ele possui.
É ele, de verdade.
Ele, mais intensamente.
Ele, em sua totalidade.
Ele, que ele nem entende muito.
Mas, é só dele. Só dele. E inexplicável é.
Inexplicável é.
04/03/09
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