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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Perduramos Ilegíveis


Não há nada que eu possa dizer,
Que vás compreender como eu.

E nada que eu possa ocultar,
Que vás ter certeza de que isso faço.

Não há becos entre mim e ti.
Porque sou toda eu, completa.
Meus valores, minha vida, meu ser.
Não há pontes de verdade que nos liguem a um sentido só.
O meu sentido é um. O teu, outro.

Jamais me entenderás como eu mesma.

E eu jamais compreenderei a ti, como tu o fazes.

Mas, sempre estaremos juntos. Sempre andaremos rumo a ali, seja para onde for.
Só, não vou. Preciso de ti. Sejas tu quem for...

Por seres o outro,
Que, de repente, para mim se faz irmão,
Torna-te necessário.
Imprescindível.
Por mais que tão distante de meu ser,
És quem me faz ser eu e quem me diz que estou a existir.

Mas, perduramos ilegíveis um para o outro.
O que há em mim e que não podes ver, mistério é para ti e também para mim, quem sabe.

Jamais se fez um homem ou uma mulher como se fazem poemas de livros grandes e gordos: legíveis, no todo.
16/06/09

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